O Que é Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica?

A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) é uma condição clínica compreendida pela existência de depósitos de lipídios nos hepatócitos. Em suma, se dá quando o percentual >5% do peso total do fígado em indivíduos sem ingestão etílica significativa e na ausência de outras etiologias de doenças hepáticas.

Além disso, a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica está comumente associada à obesidade, bem como ao diabetes mellitus tipo 2 e à dislipidemia e à resistência à insulina.

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica

A evidência crescente é que o intestino e fígado têm vários níveis de interdependência associada, e a perturbação do eixo intestino-hepática tem sido implicada numa série de condições relacionadas com a obesidade, incluindo Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica. Sendo assim, essa evidência inclui as observações que a permeabilidade intestinal é aumentada em pacientes com esteatose hepática em comparação com aqueles sem a doença.

No intestino, há proteínas chamadas de tight junction, e as zonas ocludentes, que normalmente vedam a junção entre as células endoteliais intestinais. A Disbiose (perturbação da microbiota intestinal normal) pode perturbar estas proteínas, aumentando a permeabilidade da mucosa e expondo tanto as células da mucosa do intestino e fígado a produtos bacterianos potencialmente pró-inflamatórios que podem agravar a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica.

Há evidência de que as alterações de permeabilidade induzida pela disbiose possam aumentar os níveis portais de ligações ao Toll-like derivadas do intestino, que ativam TLR4 em células de Kupffer hepáticas e as células estreladas de estimular as vias pró-inflamatórias e profibróticas através de uma variedade de citocinas, incluindo IL-1, IL- 6 e TNF.

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica e Fatores Dietéticos

A gordura dietética e colesterol parecem interagir sinergicamente para induzir as características metabólicas e hepáticas de DHGNA.

A frutose dietética também tem sido fortemente associada na progressão da Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica. Estudos apontam que animais expostos à frutose tiveram um aumento considerável na contagem de macrófagos intestinais e a expressão da proteína ocludina das tight junction, associada a um aumento da endotoxina e translocação bacteriana, aumento da expressão de TLR1, TLR2, TLR3, TLR4, TLR6 e TLR8 no fígado.

Quando os pais já têm diabetes mellitus e alimentam crianças com uma dieta alta em frutose, tem mais risco de desenvolver DHGNA.

Outro fator dietético importante é a colina, onde no fígado é usada na síntese de VLDL, portanto a sua deficiência impede a síntese e a excreção de VLDL, levando ao acúmulo de triglicerídeos no fígado.

Podemos citar também o AGES (Advanced Glycation end-products), os quais são formados nos alimentos quando os açúcares redutores reagem não enzimaticamente com os grupos amino em proteínas. As células estreladas hepáticas expressam (receptores de AGES), e os AGES demonstram aumentar a proliferação e expressão de colágeno no fígado, sendo assim uma dieta rica em AGES fator de risco.

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica

Além disso, outro fato são os adoçantes artificiais que contribuem para o desenvolvimento de intolerância a glicose por produzir alterações de composição e funcionais na microbiota intestinal. Entretanto a literatura sugere que sejam feitos mais estudos para comprovar sua relação com a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica.

SONO

A qualidade do sono e um ciclo circadiano adequado promovem efeitos benéficos no metabolismo. O sono inadequado em pacientes obesos promove dificuldades na perda de gordura. Além disso, reduz a massa magra, além de níveis séricos aumentados de grelina acilada, redução do gasto energético e aumento da produção de glicose hepática. 

PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS

O uso de prebióticos, probióticos e simbióticos são estratégias favoráveis na modulação da microbiota intestinal. Em suma, promovem inúmeros benefícios importantes na DHGNA como propriedades antimicrobianas, aumento da integridade da barreira mucosa intestinal e a modulação da imunidade.

Malaguarnera e colaboradores em 2012 relataram algo importante. Pacientes adultos com DHGNA o tratamento com Bifidobacterium longum e oligossacarídeos, além da modificação do estilo de vida, obtiveram redução acentuada dos níveis de TNF. Como tambén, da proteína C reativa, AST e HOMA-IR, endozina sérica e Esteatose.

Já os prebióticos, possuem propriedades de reduzir o colesterol, triglicerídeos e aumentar as concentrações de HDL. Além disso, a suplementação com simbióticos demonstrou redução da insulina de jejum plasmática e de triglicerídeos em pacientes diabéticos.

Diante do exposto, pode-se concluir que a DHGNA tem inúmeras causas e mecanismos como o aumento da permeabilidade intestinal, a ativação de LPS e TLR, inflamação, bem como a diminuição da disponibilidade de colina; além dos fatores dietéticos dentre os quais podemos citar a composição lipídica, o excesso de frutose. As evidências sugerem que um estilo de vida saudável como sono de qualidade e exercícios; Bem como o uso de prebióticos, probióticos e simbióticos podem influenciar beneficamente no tratamento e progressão da DHGNA.

Mariane Meurer

NUTRICIONISTA – CRN 10.5317

Gabriela Dors Wilke Rocha

NUTRICIONISTA – CRN 10.4719

 

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