Açúcar E transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), com prevalência de 3 a 5% em crianças, é classificado como neurobiológico, porém também pode apresentar etiologia genética e ambiental. Dessa forma, diz-se que o indivíduo nasce com o transtorno e apenas o desenvolve na primeira infância, sendo descoberto, frequentemente, com o ingresso da criança à escola, onde ela pode ser comparada com as outras da mesma faixa etária.

TDAH

Em relação à etiologia, alguns estudos sugerem reduzido fluxo sanguíneo para lobos frontais; história familiar de doenças psiquiátricas e de neurodesenvolvimento; exposição a chumbo, mercúrio, pesticidas e tabaco; hipersensibilidades alimentares e aditivos alimentares.

Como se Caracteriza o TDAH?

O TDAH caracteriza-se por alterações dos sistemas motores, perceptivos, cognitivos e do comportamento, com lesão cerebral mínima, comprometendo o processo de aprendizagem, sendo nítidas as alterações nos déficits de atenção e memória. Também há quadros com características de desatenção, impulsividade, distúrbios emocionais e hiperatividade.

Há evidências entre comportamento hiperativo em associação ao aumento do consumo de alimentos açucarados em indivíduos com transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Isso ocorre devido à hipótese de que o açúcar pode levar a alterações na sinalização de dopamina, concentração no plasma de epinefrina e norepinefrina que contribuem para os sintomas característicos de TDAH.

Outra hipótese seria a redução no metabolismo da glicose, tanto global como regional, nesses indivíduos, com resultados indicando que o córtex pré-motor e córtex pré-frontal superiores, envolvidos no controle da atenção e atividade motora, são os mais afetados. De modo geral, pode-se deduzir que indivíduos com transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade possuem dificuldades na regulação de hormônios e neurotransmissores, que podem ser agravados com o consumo de açúcar refinado.

TDAH e a Obesidade

Se por um lado alguns trabalhos evidenciam um aumento da prevalência de obesidade entre indivíduos portadores de transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, por outro, estudos também vem demonstrando uma maior prevalência de TDAH entre indivíduos obesos.

Há cientistas que propõe que o mediador da associação ente obesidade e transtorno de hiperatividade seja o consumo excessivo crônico de açúcar. A hipótese central neste caso é de que o consumo excessivo de açúcar resultaria em um aumento da liberação de dopamina. Isso a médio/longo prazo (semanas a meses) poderia promover uma redução no número de receptores D2 no sistema mesolímbico. Em suma, isso favoreceria o surgimento dos sintomas de TDAH.

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Outros autores defendem que o transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade leva à obesidade. Principalmente a impulsividade estando correlacionados com o comportamento alimentar anormal. Incluindo “binge eating”, alimentação emocionalmente-induzida, acordar a noite para comer e comer “escondido”. Ou seja, o que levaria a um consumo excessivo de alimentos e consequentemente, à obesidade.

Além disso, o controle inibitório, típico de pacientes portadores de TDAH, poderia levar à falta de planejamento e dificuldade de monitorizar o próprio comportamento. Promovendo, dessa forma, um consumo alimentar aumentado, mesmo que o indivíduo não esteja com fome.

TDAH

Mariane Meurer

NUTRICIONISTA – CRN 10.5317

Gabriela Dors Wilke Rocha

NUTRICIONISTA – CRN 10.4719

 

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