Nutrição e Programação Metabólica

O termo programação metabólica é definida como a indução, a deleção ou o prejuízo do desenvolvimento de uma estrutura somática permanente. Ou ainda, o ajuste de um sistema fisiológico por um estímulo ou agressão precoce, ocorrendo num período suscetível, resultando em consequências de longo prazo para a função. E hoje, nesse artigo, vamos falar da associação Nutrição e Programação Metabólica.

Alguns fatores que afetam a programação metabólica de forma negativa já são bem conhecidos. Tanto durante a gestação quanto 2 anos após o nascimento, a criança pode ser afetada e como consequência podem surgir, na vida adulta ou até na infância e adolescência, diversas doenças não transmissíveis. Em contrapartida, estudos recentes têm demonstrado efeitos positivos de compostos bioativos e funcionais na programação epigenética, como é o caso dos fitoesterois.

Estudos com Ratos sobre Programação Metabólica

Rideout et al. (2015) estudaram ratas geneticamente modificados para apresentar hipercolesterolemia. Foram alimentadas com dieta rica em colesterol com ou sem suplementação de fitoesterois. Além disso, analaizaram os efeitos nas respectivas proles. Os autores verificaram que as proles das ratas suplementadas com fitoesterois apresentaram diminui no colesterol, LDL e triglicerídios comparado aos filhotes cujas mães não receberam a suplementação.

Estudos também mostraram que ratos com baixo peso ao nascer e crescimento rápido de recuperação está relacionado com menor concentração de Coenzima Q10 (CoQ10) no tecido aórtico e nos leucócitos, e que esta deficiência leva a problemas cardiovasculares devido ao mecanismo de estresse oxidativo aumentado e encurtamento dos telômeros acelerado. Os autores mostraram que a suplementação precoce de CoQ10 (1mg/kg de peso corporal) reverteu estes efeitos.

Já é bem estudado o efeito da suplementação de ômega 3 e consumo de peixes ricos neste ácido graxo entre mães sobre o desenvolvimento cognitivo dos bebês e a melhora nos parâmetros de desenvolvimento motor e intelectual

Nutrição e programação metabólica

Como alguns Alimentos afetam Negativamente a Programação Metabólica

Deve-se haver atenção ao que se consome e quanto se consome durante a gestação e lactação. Alguns alimentos e compostos bioativos são considerados benéficos. Entretanto, em excesso podem ser maléficos aos filhos de gestantes e lactantes. Por exemplo a contaminação de mercúrio no Ômega 3.

Ao analisar o efeito do excesso de linhaça, um estudo testou o uso de linhaça (25% da dieta) em ratas lactantes e sua influência na função adrenal dos filhos adultos. Após o desmame, os filhotes do grupo Linhaça tiveram um peso corporal superior (10%) e maior ingestão de alimentos (10%). Após 180 dias de vida, a prole do grupo experimental exibiu maior concentração de corticosterona sérica (48%) e menor conteúdo de catecolaminas adrenal (-23%), menor conteúdo de glicogênio (-30%), maior de colesterol (aumento de 4 vezes) e triglicerídios (3 vezes de aumento) e maior expressão de 11β-HSD1 (62%) hepáticos.

Embora, a expressão da proteína de CRH hipotalâmico não tenha sido afetada, o grupo Linhaça teve menor expressão pituitária de ACTH (-34%). Por conseguinte, a indução de hipercorticosteronemia por linhaça alimentar durante a lactação pode ser devido a uma ativação hepática aumentada de 11β-HSD1 e supressão de ACTH. As alterações no conteúdo de gordura no fígado do grupo da linhaça são sugestivas de esteatose, na qual a hipercorticosteronemia pode desempenhar um papel importante. Assim, os autores recomendam que as mulheres que amamentam restrinjam a ingestão de linhaça durante a lactação.

Nutrição e Programação Metabólica: Restrição de certos Alimentos

Em relação a soja, suas maiores frações de proteínas apresentam atividade alergênica, sendo a principal chamada P34. A alergia à soja é mais comum em crianças e jovens, podendo levar a cólicas e presença de sangue nas fezes.

O peixe quando contaminado por bactérias é altamente alergênico. Além disso, sua contaminação por bactérias resulta em histamina e a sua liberação como resultado da interação do antígeno com os anticorpos IgE na superfície dos mastócitos, exerce um papel central nas reações de hipersensibilidade imediata e nas respostas alérgicas.

Além disso, as ações da histamina na musculatura lisa brônquica e nos vasos sanguíneos são responsáveis, em parte, pelos sinais e sintomas da resposta alérgica. Ademais, a característica da histamina é provocar dilatação dos vasos sanguíneos menos calibrosos, resultando em ruborização, resistência periférica total diminuída e queda da pressão arterial sistêmica. Além disso, a histamina tende a aumentar a permeabilidade capilar.

Mariane Meurer

NUTRICIONISTA – CRN 10.5317

Gabriela Dors Wilke Rocha

NUTRICIONISTA – CRN 10.4719

 

Nos siga nas mídias sociais


Twitter


Facebook-f


Youtube


Instagram

Loja

Sobre

  • Mídias Sociais
  • Comunidade
  • Blog